Em prol dos últimos acontecimentos, muito se especula o quanto as negociações globais envolvendo os dois países serão afetadas. Porém por ora, não há sinais concretos de que o comércio brasileiro será impactado pela crise entre EUA-Irã.
As importações do Irã para o Brasil são baixas: No período de janeiro a novembro de 2019, elas totalizaram US$ 88,94 Milhões. Logo, o Irã é o 70º colocado no Ranking de Importações Brasileiras. O principal produto importado do Irã atualmente é a ureia, que representa 97% das importações brasileiras.
Nas exportações, o Irã ocupa 23ª posição no Ranking de Exportações Brasileiras, que representa apenas 1,03% do que o Brasil exporta para o mundo. É o principal destino do Milho em grãos brasileiro. Da soja 2,2% é destinada ao país.
Por outro lado, após a Petrobras suspender o trânsito de seus navios no estreito de Ormuz, temendo ataques,
levanta-se dúvidas sobre quais seriam as consequências no cenário das importações e exportações brasileiras de petróleo e derivados.
Segundo especialistas, o Brasil tem alternativas para reduzir sua dependência do petróleo árabe e garantir o
abastecimento interno, no caso de um agravamento das disputas geopolíticas. O cenário, porém, representaria uma mudança nas rotas comerciais do país.
O discurso do presidente americano, Donald Trump na quarta-feira dia 09/01/2020 sinalizando parar a interrupção dos
ataques ao Irã, acalmou os ânimos do mercado e a cotação do barril tipo Brent caiu 4%, para US$ 65, depois de superar os US$ 70 nos últimos dias.
O Oriente Médio é um consumidor irrelevante de petróleo e derivados do Brasil, mas um importante fornecedor de
óleo bruto para as refinarias brasileiras. De acordo com dados do Ministério da Economia, 38% das importações brasileiras de óleo bruto em 2019 vieram da Arábia Saudita e Iraque. No caso dos derivados, 1% das exportações de óleos
combustíveis (incluindo o diesel) do Brasil vão para países árabes, como Emirados Árabes Unidos (EAU) e Qatar. Nas importações, esse número é de 7%, com destaques para produtos dos EAU e da Arábia Saudita.
“Não é uma questão se o Oriente Médio é ou não um mercado relevante para o Brasil. O mercado de óleo e gás é global. Os fluxos se interconectam. O Brasil, por exemplo, compra muito diesel da Índia, que por sua vez importa muito do Oriente Médio. Os preços aumentam em todo o mundo em tensões geopolíticas”, comenta o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
Rodrigo Leão, coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), explica que o principal exportador de óleo leve para o Brasil é a Argélia – que não escoa a sua produção a partir de Ormuz.
“Em tese, acredito que a nossa produção tem condições de substituir boa parte desse petróleo [mais leve importado]. Nãome parece que tenha tanto risco de abastecimento ao Brasil. Mas isso [eventual guerra no estreito de Ormuz] pode obrigar a Petrobras a rever o foco de exportação de óleo cru ou aumentar a importação de outros locais”, comenta. “A questão maior sobre o abastecimento está nos efeitos indiretos. Em que medida a exportação de petróleo cru de Iraque e Arábia para os países de onde nós importamos derivados vai ser afetada?”, ressalva.
Ele destaca que uma obstrução de Ormuz impactaria o transporte do petróleo para Europa e EUA, afetando indiretamente as importações brasileiras de derivados. “Mas o Brasil tem um parque de refino grande o suficiente e com capacidade ociosa para compensar parte desse efeito”, disse.
Fontes Internet: Valor Econômico,
09/01/2020 e FAZCOMEX
(https://www.fazcomex.com.br/blog/ira-exportacoes-e-importacoes-do-brasil/)
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