Guerra Fiscal e seus efeitos nas cadeias de suprimentos do Comércio Exterior

Columbia Trading • 26 de junho de 2023

Uma Guerra Fiscal pode ser uma realidade enfrentada por muitas empresas em diversos países.


O fenômeno da “Guerra Fiscal” trata-se, em termos econômicos, da disputa fiscal no contexto federativo, ou seja, refere-se à intensificação de práticas concorrenciais extremas e não-cooperativas entre os entes da Federação, no que diz respeito à gestão de suas políticas industriais. Assim, manipular as alíquotas de determinados tributos torna-se o elemento fundamental das políticas relacionadas à atração de empresas. (BRASIL, 2000)


Considerando a publicação do Senado Federal, é correto afirmar, portanto, que o termo “Guerra Fiscal” diz respeito à competição acirrada entre jurisdições que buscam atrair investimentos e indústrias através de incentivos fiscais e benefícios financeiros. É válido apontar que essa situação pode ocorrer não só em nível nacional, mas também internacional.


Embora o objetivo principal seja impulsionar o crescimento econômico e gerar empregos, uma guerra fiscal pode desencadear efeitos negativos, especialmente para as empresas que trabalham com Comércio Exterior.


Dessa maneira, neste artigo será explorado mais detalhadamente os aspectos que envolvem uma guerra fiscal e os impactos para organizações que trabalham com Comércio Exterior.


O que é uma guerra fiscal

Conforme o já disposto acima, uma guerra fiscal refere-se à uma competição entre estados ou, no caso do Comércio Exterior, países com o objetivo de atrair investimentos e indústrias para a sua região através da apresentação de medidas interessantes para os empreendedores.


A concessão de benefícios financeiros, como isenções fiscais, redução de tarifas e subsídios, é feita, portanto, com a finalidade de incentivar a instalação de negócios em determinada área. Porém, o lado negativo, de acordo com o Senado Federal, é que, nesse contexto, existem características conflituosas e desordenadas que resultam no desequilíbrio econômico e, consequentemente, impactam no desenvolvimento regional, na perda de arrecadação tributária, instabilidade, incerteza e concorrência desleal.


Na perspectiva do Comércio Exterior, os principais aspectos negativos são: distorção da concorrência, desvio de fluxos comerciais, incerteza e falta de previsibilidade, maior complexidade administrativa e até mesmo uma retaliação comercial.


O cenário é, portanto, prejudicial àqueles que não se prepararem e prevenirem. Para uns, a guerra fiscal pode ser uma oportunidade, mas, para outros, pode ser desfavorável. Dessa maneira, é preciso manter um equilíbrio adequado para que o ambiente comercial seja justo e sustentável.


As abordagens de uma guerra fiscal

Uma guerra fiscal, pode ter diversas abordagens, porém as mais comuns são:


  • Redução de impostos: é quando as jurisdições competem para ver quem consegue reduzir mais a alíquota de determinados impostos, ou seja, os estados ou países renunciam a arrecadação de tributos. Uma medida comum com essa característica é a diminuição do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);
  • Concessão de subsídios: é quando as jurisdições oferecem incentivos econômicos para atrair empresas. Dois exemplos são quando os estados oferecem assistência financeira para a expansão de empresas ou desenvolvimento de infraestrutura;
  • Benefícios ou isenções para segmentos: é quando os estados ou países procuram ajudar alguns setores ou segmentos específicos;
  • Criação de Zonas de Livre Comércio: é quando são criadas zonas francas que oferecem benefícios para as empresas que operam nelas. Essa abordagem é mais voltada para atrair investimento estrangeiro e impulsionar o comércio internacional.

É importante considerar que cada tipo de medida tem suas implicações e consequências. Dessa forma, essas estratégias estaduais ou governamentais podem atrair empresas e investimentos e causar distorções na concorrência ou desequilíbrios fiscais.


Embora pareça algo ilegal, a Constituição de 1988 estabelece a competência dos estados e municípios para instituírem benefícios fiscais e promoverem o desenvolvimento regional. Os artigos 155 e 156, por exemplo, conferem aos estados e municípios a autonomia para fixar alíquotas de impostos, desde que observadas as limitações legais.


Ademais, existem leis ou projetos que debatem sobre incentivos fiscais. A Lei Complementar nº 160/2017, por exemplo, regulamenta o convênio que permite aos Estados e ao Distrito Federal deliberar sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não, decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais instituídos em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2o do art. 155 da Constituição Federal e a reinstituição das respectivas isenções, incentivos e benefícios fiscais ou financeiro-fiscais; e altera a Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014.


“Os incentivos tributários são instrumentos de indução e de política econômica que podem gerar prosperidade e desenvolvimento, pensamos. Em si, não considero que sejam negativos. Passam a ser deletérios quando concedidos à margem da CF e das leis, em verdadeira guerra fraticida, quando relacionados ao ICMS ou ao ISSQN. Após a regulamentação da LC 160/17, com regras claras, os Estados e as empresas criaram um ambiente de paz, previsibilidade e segurança jurídica. Todos ganharam e estão crescendo nesse jogo de regras claras e bem definidas.” afirma Fernando Pieri, presidente da Comissão de Direito Aduaneiro da OAB Minas Gerais.


Além disso, Fernando Pieri ressalta: “As mudanças propostas na tributação são muito necessárias. Sob a maioria dos tópicos e temas. Quanto aos incentivos, seja manutenção ou extinção, o primordial, a meu ver, é a previsibilidade. Resguardar o tempo necessário para as empresas se adequarem. Com prazo e planejamento, é possível lidar com mudanças na sistemática. Menor carga tributária e mais simplificação podem compensar as reduções e incentivos que são oferecidos hoje em dia. Os empresários e empresas são resilientes e eficientes, se melhorarmos as regras tributárias, certamente, teremos mais resultados na produção e na economia.”.


Dessa forma, na perspectiva empresarial, não se pode dispensar um planejamento fiscal, tributário, logístico e financeiro detalhado, para que seja tomada a decisão de adotar ou não tal benefício porque, uma vez que sejam legítimos e interessantes ao negócio, podem agregar, estimular e desenvolver, não só o beneficiário, mas também a região na qual se localiza e, consequentemente, o mercado nacional.


A Columbia Trading, por exemplo, é uma Trading Company que sempre analisa os projetos de importação dos clientes de forma a apresentar soluções customizadas e entender cada etapa dos planejamentos: tributário, financeiro, fiscal e logístico, com o objetivo de realizar o processo da melhor forma possível para o cliente.


O papel das organizações internacionais na prevenção da guerra fiscal no comércio exterior.

As organizações internacionais desempenham um papel importante na prevenção da guerra fiscal em nível de comércio internacional, por meio de diversas iniciativas e mecanismos.


Essas entidades atuam como fóruns de cooperação entre os países integrantes e promovem, assim, a troca de informações, a harmonização de políticas e a definição de diretrizes com o objetivo de evitar práticas prejudiciais à livre concorrência e ao comércio internacional.


Além de organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Fórum Global sobre Transparência e Troca de Informações para Fins Tributários ou as Convenções Fiscais, existem outras instituições internacionais, como o Fundo monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que desempenham um papel importante na promoção de políticas sustentáveis e na prevenção de práticas prejudiciais à estabilidade econômica e ao comércio exterior.


Porém, nem sempre conseguiram atender empresas com casos individuais. Dessa forma, atuar no comércio exterior deve ser um processo guiado e orientado por profissionais experientes para que a organização atua e se previna estrategicamente. Nesse caso, solicitar a ajuda de uma Trading Company.


5 Estratégias preventivas caso haja guerra fiscal internacional

Apesar de uma guerra fiscal internacional ser um cenário instável e preocupante para uma empresa atuar, existem cinco estratégias comuns para lidar com os efeitos, elas são:


  • Diversificação de mercados: Diversificar os mercados-alvo pode reduzir a dependência de uma única jurisdição e minimizar os riscos;
  • Otimização tributária: Aqui deve ser feita uma análise às políticas fiscais em diferentes jurisdições e a procura de incentivos que auxiliem na redução da carga tributária. Essa estratégia é complexa e necessita da ajuda de especialistas, como contadores da região almejada;
  • Parcerias estratégicas: Estabelecer parceria estratégicas com outras empresas pode ajudar a superar os desafios de um cenário de guerra fiscal;
  • Conformidade com as regulamentações: É essencial manter uma base sólida com as regulamentações locais e manter o acompanhamento para o caso de surgir algum risco com a implementação de novas obrigações fiscais, por exemplo.
  • Investimento em tecnologia e automação: Investir em tecnologia e automação pode ajudar a simplificar e agilizar os processos fiscais, reduzindo a possibilidade de erros e aumentando a eficiência operacional.

Saiba mais sobre os tipos de planejamento necessários para a sua empresa se prevenir de possíveis instabilidades, como o planejamento tributário preventivo.


Por fim, é correto afirmar que uma guerra fiscal pode afetar empresas que trabalham com comércio exterior e elas precisam estar preparadas para enfrentar os desafios que aparecerão. Contar com a ajuda de uma Trading Company pode ser muito benéfica para a construção de uma estratégia.


Trading Companies: Aliadas no combate contra a Guerra Fiscal

As Trading Companies são parcerias estratégicas valiosas para as organizações que atuam no comércio internacional e buscam enfrentar os obstáculos impostos por uma guerra fiscal dentro ou fora das fronteiras.


Uma Trading Company possui conhecimento especializado e pode oferecer diversas possibilidades de auxílio para um cenário de instabilidade, veja abaixo:


  • Otimização tributária: O seu conhecimento especializado em questões fiscais, pode ajudar a empresa a adotar a estratégia de otimização tributária;
  • Acesso a mercados internacionais: Por ter uma ampla rede de contatos e conhecimento dos mercados internacionais, pode identificar com mais agilidade potenciais mercados;
  • Gestão de riscos: A familiaridade com riscos legais e financeiros em nível internacional pode ajudar as empresas a analisarem e mitigarem possíveis riscos;
  • Assessoria aduaneira: Dentre seus serviços está a execução de procedimentos conforme as regulamentações aduaneiras e tarifárias do país para a aprovação da entrada ou saída de uma mercadoria no país;
  • Monitoramento de mudanças regulatórias: Por atuar para empresas de diversos segmentos, precisa acompanhar as mudanças no âmbito legislativo ou fiscal do país, para o sucesso das operações dos clientes.

Assim sendo, em um cenário de guerra fiscal, as Trading Companies estão preparadas para enfrentar os desafios e ajudarem seus clientes a superarem as instabilidades, fornecendo conhecimento especializado e informações cruciais para o acesso a mercados e serviços estratégicos.


Com seu apoio, as organizações podem encontrar soluções eficazes, mitigar riscos e ainda aproveitar oportunidades que possam surgir.


Conheça a Columbia trading

Oferecendo soluções completas desde 1999, a Columbia Trading possui larga experiência em diferentes segmentos do comércio exterior. Desse modo, ocupa um lugar entre as três maiores companhias do setor no Brasil.


A Columbia trabalha com produtos nacionais e importados e tem capacidade para atender clientes com disponibilidade imediata, em quantidades fracionadas e com continuidade. Assim, garantindo excelência no atendimento e custos competitivos.


A empresa busca relações a longo prazo. Por isso, sua posição é manter o cliente no centro das decisões. Para que isso seja possível, a Columbia oferece assessoria completa que pode iniciar desde o primeiro contato. Inclusive, para quem deseja saber como importar da China.


Entre em contato e solicite um atendimento em: columbiatalks@columbiabr.com


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23 de abril de 2025
Introdução ao BPO no Comércio Internacional No competitivo cenário do comércio exterior, empresas importadoras enfrentam desafios crescentes relacionados à burocracia, legislação complexa e processos logísticos que demandam expertise especializada. O Business Process Outsourcing (BPO) surge como solução estratégica para organizações que buscam otimizar suas operações internacionais sem comprometer a qualidade ou aumentar custos internos. A terceirização de processos de importação permite que empresas concentrem seus recursos e atenção nas atividades principais do negócio, enquanto profissionais especializados em comércio internacional gerenciam operações complexas que exigem conhecimento técnico aprofundado e atualização constante sobre regulamentações e procedimentos aduaneiros. Principais Vantagens do BPO para Empresas Importadoras Redução de Custos Operacionais A implementação de serviços de BPO em comércio exterior proporciona redução significativa nos custos operacionais. Empresas importadoras eliminam a necessidade de manter equipes internas dedicadas exclusivamente aos processos de importação, reduzindo gastos com folha de pagamento, treinamentos especializados e infraestrutura. Além disso, consultores especializados em comércio internacional possuem conhecimento técnico para identificar oportunidades de economia em taxas, impostos e processos logísticos, resultando em otimização financeira nas operações de importação. Esta expertise se traduz em negociações mais vantajosas com fornecedores internacionais e prestadores de serviços logísticos. A redução de erros processuais, que frequentemente resultam em multas e penalidades, representa outro importante fator de economia financeira proporcionado pelo BPO em operações de comércio exterior. Acesso a Expertise Especializada O comércio internacional é regido por legislações complexas que sofrem constantes atualizações. Empresas que terceirizam seus processos de importação ganham acesso imediato a profissionais altamente qualificados que se mantêm continuamente atualizados sobre mudanças regulatórias, acordos comerciais e melhores práticas do setor. Esta expertise especializada garante conformidade com legislações nacionais e internacionais, mitigando riscos de infrações aduaneiras e tributárias. Consultores em comércio exterior possuem amplo conhecimento sobre procedimentos de desembaraço aduaneiro, classificação fiscal de mercadorias e regimes aduaneiros especiais, elementos fundamentais para operações de importação bem-sucedidas. O conhecimento técnico aplicado aos processos de importação traduz-se em maior eficiência operacional e segurança jurídica para as empresas importadoras. Otimização do Planejamento Tributário Um dos benefícios mais significativos do BPO em comércio exterior é a otimização do planejamento tributário nas operações de importação. Profissionais especializados identificam oportunidades legais para redução da carga tributária incidente sobre mercadorias importadas, maximizando a competitividade dos produtos no mercado nacional. O conhecimento aprofundado sobre acordos comerciais internacionais, regimes aduaneiros especiais e benefícios fiscais permite a estruturação de operações de importação com maior eficiência tributária. Empresas importadoras beneficiam-se de estratégias customizadas que consideram particularidades do produto importado e do segmento de atuação da organização. A otimização tributária proporciona vantagem competitiva significativa, permitindo prática de preços mais atrativos e aumento nas margens de lucro das operações internacionais. Foco no Core Business A terceirização de processos de importação permite que empresas direcionem recursos, tempo e energia para suas atividades principais. Enquanto consultores especializados gerenciam os complexos procedimentos de comércio exterior, a equipe interna pode concentrar-se no desenvolvimento de produtos, estratégias de mercado e relacionamento com clientes. Esta realocação de recursos internos proporciona ganhos de produtividade e competitividade. Departamentos estratégicos como P&D, marketing e vendas recebem maior atenção e investimentos, impulsionando o crescimento sustentável da organização. O BPO em comércio exterior funciona como extensão estratégica da empresa, garantindo operações de importação eficientes sem desviar o foco das atividades que geram diferenciação competitiva no mercado. Maior Agilidade nos Processos Logísticos Consultores em comércio exterior possuem ampla rede de relacionamentos com operadores logísticos, despachantes aduaneiros e agentes de carga internacional. Este networking estratégico traduz-se em maior agilidade nos processos de importação e soluções customizadas para necessidades específicas de cada operação. A expertise em planejamento logístico permite otimização de rotas, redução de tempo de trânsito e minimização de custos com armazenagem. Profissionais especializados acompanham cada etapa do processo logístico internacional, identificando gargalos e implementando soluções que garantem eficiência operacional. A agilidade logística proporcionada pelo BPO em comércio exterior resulta em previsibilidade para processos produtivos e maior satisfação de clientes internos e externos. Conclusão: BPO como Diferencial Competitivo A implementação de serviços de BPO em operações de comércio exterior representa diferencial competitivo significativo para empresas importadoras. Além da redução de custos operacionais e otimização tributária, esta estratégia proporciona acesso a expertise especializada que garante segurança jurídica e conformidade regulatória. Organizações que adotam a terceirização de processos de importação experimentam ganhos significativos em eficiência operacional, permitindo foco em atividades estratégicas que impulsionam crescimento e inovação. O BPO em comércio internacional não representa apenas uma solução para redução de custos, mas uma estratégia abrangente que potencializa resultados em operações internacionais. Em um mercado globalizado e altamente competitivo, contar com parceiros especializados em comércio exterior torna-se elemento fundamental para empresas importadoras que buscam excelência operacional e vantagem competitiva sustentável.
Por Columbia Trading 4 de abril de 2025
O comércio exterior integra uma série de regulamentações, normas fiscais e exigências legais que devem ser rigorosamente seguidas para garantir operações seguras e sem riscos. Nesse contexto, o compliance aduaneiro se torna um pilar fundamental para o sucesso nas importações, pois assegura que todas as transações estejam alinhadas às exigências legais e tributárias, evitando sanções e otimizando processos. Muito além de uma simples conformidade regulatória, empresas que negligenciam o compliance aduaneiro podem enfrentar problemas graves, como multas, atrasos na liberação de mercadorias, apreensões de carga e até restrições comerciais. Por outro lado, uma gestão eficiente do compliance pode reduzir custos, minimizar riscos e aumentar a competitividade no mercado global: uma vantagem estratégica determinante para o sucesso das operações de importação. Este artigo explora como a implementação eficaz de práticas de compliance aduaneiro pode não apenas evitar penalidades e atrasos, mas também otimizar processos, reduzir custos e garantir um planejamento tributário adequado. Em um mercado onde cada detalhe faz diferença, entender a fundo esse componente da cadeia de suprimentos internacionais é essencial para profissionais de diversos setores. O que é Compliance Aduaneiro e Por Que Ele é Essencial? O compliance aduaneiro consiste no conjunto de práticas e procedimentos que garantem a conformidade das operações de comércio exterior com as legislações e regulamentações aduaneiras vigentes. Este processo abrange desde a classificação fiscal correta dos produtos até a documentação precisa para os despachos aduaneiros. Quando implementado de forma estratégica, o compliance aduaneiro proporciona muito mais que segurança jurídica. Ele se traduz em processos mais eficientes, redução significativa de riscos operacionais e otimização de recursos financeiros. Para empresas importadoras, isso representa a diferença entre operações fluidas e constantes interrupções que podem comprometer toda a cadeia de suprimentos. A ausência de um programa robusto de compliance aduaneiro expõe as empresas a riscos consideráveis: multas elevadas, apreensão de mercadorias, atrasos nos desembaraços e até mesmo suspensão temporária das atividades de importação e exportação. Os Riscos de Não Seguir o Compliance Aduaneiro A falta de conformidade aduaneira pode resultar em consequências graves para importadores, como: - Multas e penalizações fiscais – Erros na classificação fiscal, no pagamento de tributos ou na documentação podem gerar autuações severas; - Atrasos e retenções alfandegárias – Processos incorretos podem atrasar a liberação da carga, impactando prazos e custos operacionais; - Apreensão de mercadorias – O não cumprimento das exigências pode levar à retenção definitiva da carga pela Receita Federal; - Perda de credibilidade e restrições comerciais – Empresas que não seguem as normas podem ser impedidas de operar no comércio exterior; - Aumento de custos operacionais – Falhas no compliance podem gerar gastos extras com armazenagem, reclassificação fiscal e reprocessamento documental. Portanto, garantir um compliance aduaneiro eficiente não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia essencial para o sucesso das operações de importação. Os Pilares de um Programa de Compliance Aduaneiro Eficiente Classificação Fiscal Precisa A correta classificação fiscal das mercadorias importadas constitui a base de um programa de compliance eficaz. Este processo determina não apenas as alíquotas de impostos aplicáveis, mas também controles administrativos específicos e eventual necessidade de licenciamentos. Um erro de classificação pode resultar tanto em pagamento excessivo de tributos quanto em infrações graves, com penalidades que podem chegar a 30% do valor aduaneiro da mercadoria. Empresas com programas sólidos de compliance investem em equipes especializadas e sistemas de suporte para garantir a precisão neste aspecto fundamental. Valoração Aduaneira Correta A determinação do valor aduaneiro, base para o cálculo dos tributos incidentes na importação, exige atenção especial dentro do planejamento tributário das operações internacionais. O compliance aduaneiro assegura que todos os elementos que compõem o valor aduaneiro (preço da mercadoria, fretes, seguros e outros custos associados) sejam corretamente declarados, evitando tanto o subfaturamento quanto o pagamento desnecessário de impostos. Esta prática equilibra a conformidade legal com a otimização fiscal legítima. Gestão Documental e Rastreabilidade Um sistema eficiente de gestão documental garante que todos os documentos necessários para uma operação de importação estejam completos, precisos e disponíveis no momento adequado, facilitando o desembaraço aduaneiro ágil. A rastreabilidade completa das operações permite identificar rapidamente a origem de eventuais não-conformidades, possibilitando ações corretivas imediatas e a implementação de medidas preventivas para operações futuras. Esta disciplina documental é essencial para empresas que buscam certificações em programas como o Operador Econômico Autorizado (OEA). Benefícios Estratégicos do Compliance Aduaneiro Redução de Custos Operacionais A implementação de práticas de compliance aduaneiro resulta em economia significativa nas operações de comércio internacional. Esta economia deriva não apenas da diminuição de multas e penalidades, mas principalmente da otimização do planejamento logístico e financeiro. Processos mais previsíveis e desembaraços mais rápidos significam menos custos de armazenagem, demurrage e capital de giro imobilizado. Mitigação de Riscos e Proteção Reputacional O compliance aduaneiro atua como um escudo protetor contra riscos operacionais, legais e reputacionais. Em um ambiente de negócios onde a transparência é cada vez mais valorizada, manter um histórico impecável nas operações aduaneiras fortalece a imagem da empresa perante clientes, fornecedores e autoridades. Para departamentos jurídicos e tributários, isto representa maior segurança nas operações e redução significativa de contingências fiscais. Um programa robusto de compliance permite identificar e corrigir potenciais problemas antes que eles se transformem em autuações ou processos administrativos. Aumento da Competitividade Operações de importação mais eficientes, previsíveis e com custos otimizados traduzem-se diretamente em vantagem competitiva. Empresas que dominam o compliance aduaneiro conseguem prazos de entrega mais curtos e custos finais mais atrativos. Este ganho de competitividade é particularmente relevante em setores onde a agilidade na cadeia de suprimentos e a precisão no planejamento financeiro são diferenciais críticos. A capacidade de antecipar custos e prazos com maior precisão permite estratégias comerciais mais agressivas e maior satisfação dos clientes. Como Implementar Um Programa de Compliance Aduaneiro Eficaz A implementação de um programa de compliance aduaneiro robusto requer uma abordagem sistêmica, envolvendo diversas áreas da empresa. O processo deve iniciar com um diagnóstico detalhado das operações atuais, identificando pontos críticos e oportunidades de melhoria. O suporte da alta direção é fundamental para o sucesso desta iniciativa, garantindo os recursos necessários e estabelecendo a cultura de compliance como prioridade organizacional. Treinamentos regulares e atualização constante são essenciais, considerando a dinâmica das legislações aduaneiras. Para muitas empresas, contar com consultoria especializada em comércio exterior representa o caminho mais eficiente para estruturar ou aprimorar seus programas de compliance aduaneiro, combinando conhecimento técnico específico com a experiência prática em diferentes cenários e setores. Conclusão: Compliance Como Investimento Estratégico O compliance aduaneiro transcende a simples obrigação legal, configurando-se como um investimento estratégico com retorno mensurável. Empresas que adotam esta perspectiva colhem benefícios que vão desde a redução de custos até vantagens competitivas sustentáveis no mercado global. Para profissionais de suprimentos, financeiro, jurídico e CEOs, compreender a importância deste componente nas operações de importação significa reconhecer uma poderosa ferramenta de gestão, capaz de transformar desafios regulatórios em oportunidades de diferenciação. Em um cenário de comércio internacional cada vez mais complexo e fiscalizado, o compliance aduaneiro deixou de ser uma opção para se tornar um requisito fundamental para empresas que buscam crescimento sustentável e excelência operacional em suas atividades de importação.
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